Afinal, o que são as Smart Cities?
Que as Smart Cities são parte essencial do nosso futuro em sociedade já não é uma novidade. Para quem acompanha as evoluções e tendências tecnológicas de perto, sabe o quão promissoras as cidades inteligentes são.
No entanto, não se trata simplesmente de uma evolução tecnológica que se aplica apenas ao urbanismo de uma cidade, nem apenas à esfera pública. Na verdade, Smart Cities são populares por conta das oportunidades que apresentam a negócios de todos os tipos.
Afinal, ter uma cidade inteligente e completamente integrada é um desafio e tanto! E então, que tal aprender mais sobre o assunto, conhecendo alguns exemplos de cidades inteligentes e as principais tecnologias utilizadas? Confira!
Qual o conceito de smart city?
As cidades inteligentes (Smart Cities) são ambientes urbanos que integram tecnologias de informação e comunicação (TIC) para aprimorar os serviços e a qualidade de vida dos cidadãos, promovendo uma gestão mais eficiente dos recursos e infraestrutura.
Ao investir em modernização e automação, essas cidades buscam aumentar a eficiência urbana e a sustentabilidade, tornando-se uma tendência para o futuro.
Quais são as características de uma smart city?
Cada smart city é única e pode liderar em diferentes aspectos, desde a governança até a infraestrutura de transporte. Segundo o IESE Cities in Motion Index, essas cidades são classificadas com base em 114 indicadores distribuídos em 9 dimensões principais:
1. Capital Humano
- Nível de educação da população.
- Acesso à cultura e às oportunidades de formação.
2. Coesão Social
- Proteção para grupos vulneráveis.
- Desenvolvimento comunitário e qualidade dos sistemas de saúde.
3. Economia
- PIB atual e projetado, atividades de inovação e número de empresas unicórnio.
- Empresas listadas na Fortune Global 500.
4. Governança
- Qualidade das intervenções governamentais.
- Transparência e eficiência nos serviços públicos.
5. Meio Ambiente
- Níveis de poluição e qualidade da água.
- Vitalidade dos ecossistemas e resiliência climática.
6. Mobilidade e Transporte
- Facilidade de deslocamento e acesso a serviços públicos.
- Taxas de posse de bicicletas e extensão das linhas de metrô.
7. Planejamento Urbano
- Infraestrutura de saúde, serviços de saneamento e políticas habitacionais.
- Uso de inteligência artificial para promover o crescimento urbano.
8. Perfil Internacional
- Marketing estratégico e turismo, incluindo conferências internacionais e a qualidade da oferta hoteleira.
9. Tecnologia
- Disponibilidade de tecnologias de TIC (Tecnologia da Informação e Comunicação).
- Percentual de residências com acesso à internet e dispositivos tecnológicos.
Quais são os quatro pilares de uma smart city?
As Smart Cities, ou cidades inteligentes, são construídas sobre quatro pilares que garantem a integração de tecnologias e inovações urbanas. Eles são: social, gestão, tecnologia e sustentabilidade. A seguir, explicamos cada um deles:
Social
Esse pilar visa garantir que as políticas públicas e tecnologias beneficiem todos os cidadãos. Uma Smart City deve promover inclusão social, diversidade e oportunidades iguais. Exemplos:
- Acesso igualitário a serviços como saúde, educação e segurança.
- Infraestrutura de transporte e saneamento básico para todos.
Gestão
A gestão inteligente nas cidades utiliza a tecnologia para otimizar a administração pública, permitindo uma melhor prestação de serviços e maior transparência. Exemplos:
- Monitoramento em tempo real de iluminação pública e tráfego.
- Ferramentas que melhoram a participação cidadã e facilitam parcerias público-privadas.
Tecnologia
Este pilar envolve o uso de Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) para otimizar o funcionamento urbano e a vida dos cidadãos. Exemplos:
- Sistema de gestão de iluminação e energia.
- Conexão de sensores IoT para monitorar serviços como limpeza e segurança.
Sustentabilidade
Este é um pilar focado na preservação ambiental e na construção de uma infraestrutura resiliente. Exemplos:
- Redução de emissões de gases poluentes.
- Uso de energias renováveis e melhorias na qualidade da água e do ar.
Alguns exemplos de cidades inteligentes que você precisa conhecer
As Smart Cities são apenas produtos de sonhos distantes ou já são realidade? Bom, certamente há cidades no caminho para uma integração completa entre sociedade, serviços públicos, urbanismo e tecnologia.
Temos exemplos tanto no Brasil, mas especialmente fora. Que tal conferir os principais?
Curitiba
No Brasil, segundo World Smart City Awards, Curitiba se destaca como um exemplo de cidades que mais se aproximam do conceito de “smart city”.
Entre as tecnologias e iniciativas, podemos destacar a Muralha Digital, que faz monitoramento com câmeras de reconhecimento facial, térmicas e radares doppler conectados ao Centro de Controle Operacional, com objetivo de aumentar a segurança pública.
Além disso, existe o app Curitiba 156, o portão do cidadão, que foi totalmente repaginado e redesenhado, com foco no mobile-first e na usabilidade.
Ele possibilita que os habitantes acessem serviços essenciais da prefeitura (como horários de ônibus e o deslocamento em tempo real dos veículos).
Barcelona
Barcelona, na Espanha, é uma cidade antiga, mas que já prepara o terreno para se adequar ao futuro. Hoje, ela é considerada uma Smart City 3.0, pois a forma que esse conceito é aplicado considerando uma maciça participação popular.
Existem fóruns digitais criados para contextualizar os habitantes sobre a integração de tecnologias e urbanismo, bem como plataformas próprias para incentivar crianças a seguir carreiras de cunho tecnológico ou científico.
Songdo
Songdo, na Coréia do Sul, é considerada a primeira cidade inteligente do mundo. Não por menos, é um município extremamente novo: começou a ser construída em 2005, em torno de um aeroporto que fora inaugurado recentemente.
Seu projeto original previa 40 mil habitantes, com objetivo de ser 100% controlada por softwares, contando com tecnologia wireless para conectar todos os cantos da cidade.
Hoje, Songdo conta com 80 mil habitantes. À princípio, essa cidade seria quase uma utopia moderna: sem carros, completamente sustentável e high-tech.
No entanto, hoje, as conquistas de Songdo já são uma referência no mundo todo: por exemplo, o sistema de lixo é feito com tubos que levam automaticamente os dejetos para uma central, onde o próprio sistema os separa em lixo reciclável e lixo a ser queimado.
Nova Iorque
A cidade de Nova Iorque também implementou algumas inovações que a colocam no patamar de smart city.
Uma delas é a solução que se aproveita de dados coletados por diversos serviços espalhados pela cidade, como de estacionamentos ou semáforos, para compor uma ficha das pessoas suspeitas e procuradas pela polícia.
Assim, os oficiais podem acessar esse documento com poucos cliques, contando com informações atualizadas em tempo real.
Além disso, a prefeitura disponibilizou lixeiras públicas equipadas com sensores IOT, capazes de identificar a capacidade restante e avisar aos coletores, possibilitando um agendamento eficiente do recolhimento.
Quais são as tecnologias usadas em cidades inteligentes?
As Smart Cities utilizam uma combinação avançada de tecnologias para criar um ambiente urbano mais conectado, eficiente e sustentável. Essas soluções integram softwares inteligentes, redes de comunicação e infraestruturas de conectividade que facilitam a vida dos cidadãos e aprimoram a gestão urbana.
Que tal conhecer as principais? Confira:
Redes
Embora o 5G esteja no centro das atenções, atualmente já se fala sobre a rede 6G, que deverá trazer ainda mais avanços em conectividade e processamento de dados quando o assunto é smart cities.
Afinal, o nível que essas redes suportam, faz gerar oportunidades de negócios e governos por trás da modernização de seus espaços públicos.
Inteligência Artificial
A inteligência artificial também é necessária para servir de “cérebro” de toda operação de uma smart city.
Afinal, entender e interpretar os dados, encontrando soluções convenientes, eficientes e mais baratas é um trabalho complexo, que vai exigir o auxílio de uma IA capacitada.
Internet das Coisas (IOT)
Dentre todas as tecnologias para as Smart Cities, a IoT é a mais importante.
Trata-se, basicamente, de uma rede de dispositivos conectados que se comunicam e trocam dados. Isso pode incluir qualquer item, desde veículos a eletrodomésticos e sensores na rua.
Sendo assim, os dados coletados desses dispositivos são armazenados na nuvem ou em servidores para permitir melhorias na eficiência dos setores público e privado e proporcionar benefícios econômicos e melhorias na vida dos cidadãos.
Tecnologia Geoespacial
A tecnologia geoespacial é um campo que inclui soluções de fotogrametria, sensoriamento remoto, mapeamento, sistemas de informação geográfica (GIS), entre outros.
Por isso, ela pode ajudar de várias maneiras, como coletando informações em tempo real sobre vagas de estacionamento disponíveis em certas áreas, ou analisando onde a prefeitura deve oferecer novos serviços de saúde.
Cloud Computing e Edge Computing
E claro, é necessário contar com tecnologias que ajudem a processar tamanha quantidade de dados — o que a cidade e as empresas ganham com uso de cloud e edge computing.
A cloud computing trata-se de uma tecnologia de armazenamento e processamento remoto, mas centralizado em uma única infraestrutura. Já a edge, ou computação de borda, diz respeito a um conceito que aproxima o armazenamento e, principalmente, o processamento da fonte de dados.
Assim, em vez das informações serem enviadas a um data center centralizado em um local fixo (o que gera latência), os dados são enviados a um micro data center próximo da fonte.
Como a Conectividade é essencial para o sucesso das Smart Cities
Agora que você conheceu mais sobre o conceito e todo potencial da Smart Cities, deve ter percebido o quão essencial é a conectividade para que as cidades inteligentes existam, certo?
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